Quando eu estava na oitava série do extinto "ginásio", minha professora de português pediu que fizessemos interpretações de um livro de poesias.
Cada aluno deveria decorar e declamar para a sala toda, ela escolhia o que cada um deveria dizer.
A minha poesia era o Soneto de Fidelidade do Vinícius de Moraes.....nossa, eu acho esse soneto tão lindo que mesmo depois de muitossss anos, ainda sei recitá-lo:
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
Este post é dedicado a minha professora Marilena, que me ensinou o gosto pela leitura.
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